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JR



terça-feira, 16 de junho de 2009

GUARDADOR DE REBANHOS

Eu nunca guardei rebanhos
Mas é como se os guardasse
Minha alma é como um pastor
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado
Mas eu fico triste
Como um pôr de sol
Para a nossa imaginação
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores
Sem ela dar por isso
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada
Os meus pensamentos são contentes
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce
E parece que chove mais
Não tenho ambições
Nem desejos
Ser poeta não é ambição minha

É a minha maneira
De estar sozinho
E se desejo às vezes por imaginar
Ser cordeirinho ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita coisa feliz ao mesmo tempo
É só porque sinto
O que escrevo ao pôr do sol
Ou quando uma nuvem
Passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora
Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos
Ou pelos atalhos

Escrevo versos num papel
Que está no meu pensamento
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro
Olhando para o meu rebanho
E vendo as minhas idéias
Ou olhando para as minhas idéias
E vendo o meu rebanho
E sorrindo vagamente
Como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende
Saúdo todos os que me lerem
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta
No cimo do outeiro
Saúdo-os e desejo-lhes sol
E chuva, quando a chuva é precisa
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predileta
Onde se sentem
Lendo os meus versos
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural
Por exemplo
A árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque
Cansados de brincar
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga da blusa riscada

ALBERTO CAIEIRO (FERNANDO PESSOA)

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